domingo, 19 de fevereiro de 2017

Demônio, O Rei das Trevas (Prime Evil, EUA, 1988)


Tranqueira americana que recebeu o manjado e totalmente sem criatividade título nacional “Demônio, O Rei das Trevas” (Prime Evil, 1988), esse filme obscuro dirigido por Roberta Findlay foi lançado no Brasil em VHS pela “Alvorada”, numa época que nossas locadoras de vídeo eram infestadas de inúmeras bagaceiras descartáveis realizadas por desconhecidos e com elencos inexpressivos.
Durante a peste negra que arrasou a humanidade no século XIV, uma ordem medieval de monges renegados da Igreja Católica, uma vez revoltados contra Deus, criou uma seita satânica que realizava rituais de sacrifícios humanos de parentes de sangue em troca de longevidade e bens materiais. O culto demoníaco se manteve por séculos e as ações se voltam para o tempo presente (final da década de 80, época de produção do filme) na cidade de Nova York, liderado pelo sinistro padre Thomas Seaton (William Beckwith).
Um dos membros da seita é George Parkman (Max Jacobs), que precisa manter seu pacto com o diabo de longevidade e riquezas, além de interesses pessoais no controle do poder no culto. Ele planeja oferecer em sacrifício sua neta Alexandra (Christine Moore), que trabalha num abrigo para jovens delinquentes. Porém, mortes violentas de pessoas próximas dela despertam a atenção da polícia, sob a investigação do detetive Dann Carr (Gary Warner), e também de seu noivo Bill King (Tim Gail), que tenta protegê-la da conspiração demoníaca. Em paralelo, uma jovem freira, Irmã Angela (Mavis Harris), se oferece para ajudar a igreja se infiltrando na seita para tentar destruí-la.
O filme é uma tranqueira produzida diretamente para o limbo dos esquecidos. O roteiro é ruim, com uma história óbvia de seita satânica e sacrifícios humanos, apostando unicamente em velhos clichês do gênero. Como todo filme de horror bagaceiro, temos elementos que merecem citação como a presença de belas mulheres nuas oferecidas ao “rei das trevas” (do patético título nacional), algumas mortes com discretas doses de sangue (numa época sem os efeitos vagabundos de computação gráfica dos tempos modernos), e ainda a aparição rápida do próprio demônio em efeitos extremamente toscos, e por isso garantindo algum divertimento rápido. Tem também aquela atmosfera característica dos saudosos anos 80 que inevitavelmente torna o filme datado. De resto, o excesso de clichês, os atores medíocres e a história desinteressante fazem de “Demônio, O Rei das Trevas” apenas mais um filme descartável, que curiosamente foi lançado por aqui na saudosa época do mercado de home vídeo.
(Juvenatrix – 19/02/17)

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