quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Gangsters na Lua (Moon Zero Two, Inglaterra, 1969)


Um western ambientado no espaço sideral, mais precisamente na nossa Lua, com tiroteios e brigas típicas desse subgênero do cinema. Essa é a ideia básica de “Gangsters na Lua”, o único filme com história futurística da produtora inglesa “Hammer”, mais conhecida por seus filmes coloridos góticos, evidenciando o vermelho vivo do sangue, e pela revitalização dos antigos monstros clássicos da produtora americana “Universal”. Só que, ao invés de vampiros, lobisomens, múmias e a criatura de Frankenstein, temos foguetes e naves espaciais, uma cidade lunar, asteroides e equipamentos tecnológicos de 2021, ano em que se passa a história e que segundo o roteiro as viagens para planetas como Marte e Vênus já são regulares.
A direção é de Roy Ward Baker, que tem outros trabalhos na “Hammer” como “Uma Sepultura Para a Eternidade” (1967), “Os Vampiros Amantes” e “O Conde Drácula” (ambos de 1970), entre outros. O elenco é liderado pelo experiente ator americano James Olson, rosto conhecido por participações em várias séries de TV e pelo filme de FC “O Enigma de Andrômeda” (1971).
Num futuro próximo, a humanidade colonizou a Lua e construiu uma cidade. Lá também existem regiões disponibilizadas para mineiros explorarem os recursos naturais. Nesse cenário de um ambiente sem oxigênio nem vegetação e onde em metade do mês não há luz solar, um ex-astronauta e agora especialista em resgate de satélites, Capitão William H. Kemp (James Olson), juntamente com seu parceiro, o Engenheiro Korminski (Ori Levi), se envolvem com um grupo de gangsters. Os criminosos são liderados pelo milionário excêntrico J. J. Hubbard (Warren Mitchell) e entre os capangas ainda temos o Sr. Whitsun (Dudley Foster) e o brutamontes Harry (Bernard Bresslaw). Eles contratam os serviços da dupla para resgatar um asteroide no espaço, rico em safira, um minério valioso, e escondê-lo numa região remota da Lua. O local escolhido é uma mina na face oculta, de propriedade do irmão da bela jovem Clementine Taplin (Catherine Schell). Porém, a mulher está procurando justamente a ajuda do Capitão Kemp para encontrar o irmão desaparecido, iniciando um conflito de interesses entre todos e envolvendo uma investigação policial da responsável pela lei na Lua, a bela Elizabeth Murph (Adrienne Corri).
“Gangsters na Lua” é uma daquelas bagaceiras divertidas com história exagerada, um “western espacial” sem compromisso com a lógica, com direito a tiroteios bizarros e dançarinas de salão com roupas coloridas e penteados extravagantes. Os efeitos especiais são toscos e divertidos, com maquetes de naves e bases lunares, com os atores pendurados por cabos simulando movimentos no espaço. Entre as várias curiosidades, podemos citar a presença do eterno ator coadjuvantes dos filmes da “Hammer”, Michael Ripper, que não poderia ficar de fora e tem uma participação rápida como um jogador de cartas que está se divertindo no bar lunar. Outra curiosidade interessante é o monumento localizado onde o astronauta americano Neil Armstrong pisou pela primeira vez na Lua, numa homenagem para esse feito histórico da humanidade e que ocorreu poucos meses antes do lançamento do filme em 1969. E a abertura do filme com uma animação descontraída onde é mostrada a disputa entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética pela conquista da Lua, satirizando a corrida espacial que agitou com muita intensidade e tensão o mundo no final dos anos 60 do século passado.
(RR – 12/11/15)

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