quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Seres Rastejantes (Slither, Canadá / EUA, 2006)


O filme foi pouco divulgado, ficou em cartaz nos cinemas em poucas salas e horários (estreou em 16/06/06). É uma produção de horror com elementos de ficção científica, repleta de podreiras, sangue em profusão, gosmas asquerosas, alienígenas nojentos e rastejantes, humor negro, homenagens ao gênero, citações... É um filme super divertido, indicado especialmente para quem aprecia cinema bagaceiro. O diretor e roteirista é James Gunn, formado pela cultuada produtora de filmes trash “Troma” e que escreveu a história de “Madrugada dos Mortos” (Dawn of the Dead, 2004). Estamos falando de “Seres Rastejantes” (Slither, 2006), co-produção entre Canadá e Estados Unidos, mostrando aquele típico argumento de uma cidadezinha do interior invadida por uma criatura alienígena que veio com a queda de um meteoro, e que utiliza os seres humanos como hospedeiros, espalhando morte e sangue para todos os lados.
No elenco, vale citar a presença do canastrão Michael Rooker (único nome mais conhecido, no papel de Grant), da bela Elizabeth Banks (como Starla, sua esposa), e de Nathan Fillion (como o xerife Bill Pardy, o herói da história). A sinopse é tão simples que no parágrafo acima já foram reveladas as informações necessárias para um entendimento básico da trama. No mais, temos diversão em estado puro e absoluto, com todos aqueles clichês do gênero, vistos numa infinidade de filmes similares. E mesmo com todas essas características que poderiam depreciar um filme (a falta de novidades, o elenco desconhecido, a escassez de recursos...), “Seres Rastejantes” merece uma citação favorável justamente por ser um filme totalmente despretensioso que tem como único objetivo homenagear o gênero e divertir os fãs, onde podemos encontrar citações que vão desde o clássico “B” “A Bolha” (The Blob, 1958), passando pelos filmes de zumbis do mestre George Romero e o excelente “Calafrios” (Shivers / They Came From Within, 1975), de David Cronenberg, até “Noite dos Arrepios” (Night of the Creeps), divertidíssima tranqueira de 1986, entre outras.
E o diretor James Gunn, no melhor estilo do consagrado Alfred Hitchcock, apareceu numa ponta rápida no filme como um professor nerd que troca algumas palavras com a gostosa Starla, que também é professora na mesma escola.
Uma curiosidade e confissão: particularmente, eu prefiro o menor número possível de pessoas vendo um filme na mesma sala de cinema que eu. Digo isso porque é extremamente irritante assistir um filme num local cheio de gente, com barulhos “extras” adicionais que somente colaboram para estragar seu programa. Por sorte, vi “Seres Rastejantes” numa sala que tinha apenas mais três pessoas, e uma vez sabendo antecipadamente que tinha uma cena extra no final dos créditos, fiquei esperando pacientemente por vários longos minutos sozinho até os letreiros terminarem. Mas, valeu o esforço, pois antes dos funcionários do Cinemark me expulsarem da sala, vi a tal cena que é bastante rápida, porém, de importância estratégica para uma interpretação correta dos fatos.

(Atenção: o texto a seguir contém spoilers)

 A cena após os créditos mostra um pequeno gato intrometido e curioso se envolvendo inocentemente com um pedaço do alienígena que explodiu, pensando que poderia ser uma refeição. Mas, aconteceu o contrário, com o felino tornando-se o novo hospedeiro da parasita que veio do espaço.
Enfim, um filme simples, honesto, feito de fã para fã com o único propósito de entretenimento sem compromisso, e por isso mesmo altamente recomendável para quem procura diversão num filme de horror com muitas citações, sangue, vômitos esverdeados, líquidos gosmentos e “seres rastejantes”...
(Juvenatrix - 25/06/06)

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